Minha experiencia com Cristo não veio de seu apelo sobrenatural, e pelo fato de ser, ou não, o filho de Deus, ou por ter sido perfeito, operado milagres, ou mesmo de ter ressucitado, como dizem as escrituras. Tudo isto pode ser questionado por alguns e seus argumentos. O que me conquistou foi a beleza de sua palavra. Ainda hoje me surpreendo com a incrível coerencia, a harmonia, a retidão de sua mensagem, consoante com as suas atitudes, de um autentico amor e conhecimento das necessidades humanas.
Por meio da palavra de Jesus, presente apenas parcialmente nos evangelhos, o compreendo como divino. Todos nós homens somos contaminados por sentimentos contraditórios, influenciados por nossa racionalidade muitas vezes ignorante, e mesmo os profetas, que estariam inspirados pelo Espirito Santo, manifestaram em suas palavras este aspecto humano.
Ao lermos o antigo testamento, repleto de grandes acontecimentos e personagens, homens apontados como ungidos por Deus, como Davi, Abraão, Moisés, José filho de Jacó, mesmo Samuel, Jeremias ou Isaías, deixaram em suas colocações um claro aspecto de ingrediente humano. E então, de repente fui arrebatado por me deparar com uma mensagem totalmente diferente.
Pura em sua essencia, de uma profundidade instigante, sempre surpreendente, sempre inovadora, a palavra de Jesus presente nos evangelhos, mesmo sabendo que foram escritos muitos anos após a sua vinda, e lógicamente com suas limitações, preservou uma essencia que para mim é de fato divina. Diversas correntes de pensamento, diversos autores podem questionar, e assim o fazem, aspectos do Jesus histórico, detalhes de uma ou outra passagem, ou os milagres, porém nenhum deles pode me tomar a divindade latente da essencia da palavra de Jesus, e isto é maravilhoso.
A minha e a sua fé precisa ser uma fé consciente, fundamentada em algo sólido, que a torna tenaz, viva e com sentido prático. Assim, desejo discutir com vocës aspectos desta essencia que nos une como cristãos, pois a igreja fundada com a vinda do filho de Deus é uma só. Não é a minha, não é a sua, é a igreja de Jesus, o Cristo.
Perdemos muito tempo tentando demonstrar que o nosso olhar é mais correto que o do outro. Muitas vezes isto é motivo de conflitos, quando na verdade Cristo queria exatamente o contrário entre os cristãos, e nos deixou um mandamento maior, que muitos de nós esquece ao debochar ou discriminar um irmão. "Amai-vos uns aos outros, como eu vos amei". Então este não é um espaço para disputas, mas para que as nossas contribuições se somem de maneira positiva, e dê frutos.
Bençãos para todos nós!