sábado, 30 de maio de 2015

NÃO FOI EM VÃO - UMA MENSAGEM

NÃO FOI EM VÃO - DEUS CURA
(Fiz esta mensagem para uma pessoa em especial. Mas compartilho por acreditar que ela é para todos aqueles que perdem alguém querido, após uma batalha contra as doenças)
 
È muito duro quando pedimos a Deus pelo reestabelecimento de alguém que sofre, e por fim, este se vai. Por instantes nos sentimos impotentes, questionamos o poder da oração e ação de Deus no mundo. Interceder com fé nos dá a esperança de que a cura é possível, e quando ela não vem, somos abatidos. Porém, hoje cedo me veio um pensamento, e decidi escrever, antes de saber que perderia mais uma batalha, o que me dizia o Espirito. Existe muita gente que sofre, e o sofrimento é parte desta vida. A nossa vitória não depende desta batalha.
Jesus surpreendeu o mundo com a boa nova do Reino de Deus. Mas o que era essa boa nova? Nós homens buscamos a nossa felicidade neste mundo, onde há injustiça, dor e lágrimas. Somos propensos a tudo isto. Mas Jesus abriu as portas da casa do Pai, e nos afirmou: “Felizes os que choram, porque serão consolados”, “felizes os que tem fome e sede de justiça, porque serão saciados”. Deus não precisa agir em nossa suplica para nos curar. Ele oferece a cura para todos nós, em Seu reino. Essa era a boa nova!
Os seguidores de Cristo estão isentos de doenças, isentos da violência, dos imprevistos? Não. Vivemos neste mundo e sujeitos ao que ele oferece, de bom e de mal. Jesus nos diz, “Eu vim para que todos tenham vida, e vida em plenitude”. Esse é o desejo de Deus. Mas dificilmente encontramos a vida plena neste mundo.
Cultuamos a vida pela vida, mas sem entender que o segredo contido na palavra de Cristo é de que a nossa felicidade em plenitude é alcançada com a morte. Foi Ele que fez assim. A morte se tornou um portal, uma ponte que atravessamos para nos curar, e encontrar o reino do Pai, onde somos justificados, sem mais dor, sem mais injustiça, sem mais lágrimas. Difícil entender, mas é maravilhoso. Assim, meu pedido é atendido.  
Então para que serve a fé, as nossas orações, se elas parecem não ter efeito diante do poder do mundo? A fé nos cura. Precisamos nós da cura de nossas perdas. Precisamos preencher o vazio que as grandes perdas nos deixam, e que só é preenchido pelo Espirito, invocado pela fé. Um dia chegará a nossa vez, e aí descobriremos também a verdade, que a boa nova de Jesus afirma. Neste dia, compreenderemos o que hoje julgamos incompreensível, e nos alegraremos, certamente. Minhas orações não foram em vão. Suas orações também não. Confiemos enfim, Naquele que tudo sabe, e que nos ama, cuja misericórdia salva, e seu mistério vai além de nosso entendimento
Hoje vemos uma imagem embaçada. Ela já a vê perfeita.
 

segunda-feira, 6 de abril de 2015

JESUS E SUA MARAVILHOSA HUMANIDADE



Muitas pessoas não cristãs questionam como acreditamos que Deus tenha vindo ao mundo na figura de um homem. De fato, não é fácil, sendo de outra cultura, outra religião, compreender o que a fé nos revela. Convivendo com pessoas de outras crenças, também é difícil para mim entender alguns elementos de sua fé. Hoje é domingo de Pascoa, e me inspirou refletir sobre a ressureição de Cristo e um tema que divide opiniões. Sua divindade

Mas se me perguntassem, céticos, se o valor da minha fé está na divindade de Jesus, eu diria que não. A minha fé não depende de Jesus ser Deus, ou não.

A beleza da minha fé em Jesus vem exatamente da sua humanidade. Avaliando o que ele, como homem, fez, na ótica de nossas limitações como homens e mulheres, percebemos a importância de sua vida e morte.

Jesus viveu uma vida de doação, de exemplo, de sacrifício por nós, que fomos tocados com a sua história. Sofreu na cruz na intenção de vencer a morte, e abrir as portas para a vida, religando o homem a Deus, fazendo-se caminho para Ele. Só há sentido falarmos em martírio, em paixão e sacrifício, se considerarmos sua humanidade. Quem sente dor é o homem, quem se angustia é o homem, quem morre é o homem, quem se entrega a tudo isto sabendo o que vai passar, não é o Jesus divino, mas humano. A pascoa de Jesus tem sentido em sua limitação como homem, de carne e osso.

Assim como faziam na pascoa os Judeus, em expiação de seus pecados, matando um animal e oferecendo a Deus, ele se entrega como cordeiro, em oferta perfeita a Deus, em expiação dos pecados de todos nós. É o Jesus homem, que vence as tentações deste mundo e por seus méritos se torna o cordeiro imaculado, a oferenda ideal.

Jesus também me conquista por sua palavra, que nos apresenta uma nova face de Deus, a face do amor. Um Deus misericordioso, que deseja nos salvar, diferente do Deus temido da época. A coerência das palavras de Jesus, e do seu exemplo, sendo homem e inerente a nossas fraquezas, também impressiona e motiva. E ele não precisa ser Deus para isto.

Na sua história, Jesus transcende a humanidade e apresenta seu dom divino. Ele cura, demonstra autoridade com a natureza, com os espíritos, com a morte, ressuscitando Lazaro e deixando todos boquiabertos. Mas nem mesmo todos estes sinais foram capazes de faze-los, todos eles, incluindo os apóstolos, entenderem sua divindade. Por fim, a sua morte foi presenciada por muitos, inclusive celebrada. Mas seria naquela cruz que a última de todas as manifestações de Deus se realizaria. A vitória definitiva do que parecia invencível. A morte.

Quando Jesus, divino ou não, ressuscita, em uma incrível manifestação divina, tudo muda. Deus é capaz de tudo, e nos mostra que Jesus de fato é Seu filho, e sela toda a história. Jesus é o Nosso Salvador, caminho, verdade e vida. Em sua humanidade nos mostrou ser capaz segui-lo, e nos deixou as maravilhas de sua mensagem, exemplo e serviço. Em sua ressureição a esperança de sermos acolhidos na casa de Deus.

Esta fé é indiscutível. Ela nos alimenta, e nos torna felizes, e isto é o que importa. Cabe a nós aprendermos com este mestre, e nos associando a sua vida, alcançarmos a vida que esperamos.

 

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

A ilha

A ilha

Preocupados com a escalada da violência, e incapaz de combater a perda de valores
morais e de convivência que vinham tornando a sociedade algo inviável, teve-se a ideia de
criar uma ilha, isolada do mundo, onde tudo pudesse funcionar outra vez.
Nela seria construída a cidade dos sonhos, sem muros, sem armas, onde as leis são claras e
não precisam ser questionadas, e as pessoas pudessem viver livres de qualquer medo. Para lá
seriam transferidos os homens de bem, aqueles capazes de manter a ilha um local onde todos
pudessem confiar em todos, de modo que, para sempre, fosse um lugar ideal.

Todos queriam mudar-se para a ilha. Muitos queriam saber os critérios que definiam alguém ser “de bem”, ou não, para serem chamados. Todos se achavam, de um jeito ou de outro, merecedores. Mas havia um detalhe que criou a maior polemica. Quem fosse para a ilha, não poderia voltar, e quem não se adaptasse a ela, seria convidado a se retirar, e seu destino seria incerto.

Depois de muita discussão, definiu-se que todos seriam chamados a morar lá, desde que nada
fizessem para que a ilha deixasse de ser a ilha, ou seja, um lugar onde ninguém é servido, mas todos se servem, e todos se ajudam, e todos vivem em harmonia. Mas, se transgredisse o equilíbrio do lugar, automaticamente seria excluído.

Mais e mais protestos fizeram divulgar na sociedade que as regras seriam mais
brandas, e alguns desvios seriam tolerados. O fato é que muitos partiam para a ilha, e nunca mais eram vistos.

Até que, um comunicado oficial chegou, dizendo ser fundamental as pessoas se prepararem antes de serem encaminhadas a ilha, pois acontecimentos desagradáveis vinham obrigando medidas mais enérgicas, para resguardar a paz que definia o lugar, e apesar de que todos eram chamados, poucos acabavam escolhidos a ficar. A administração dizia que na ilha não poderia haver lugar para
o mal, para a ganancia, a inveja, a vaidade, que dão origem as desavenças. A ilha fora criada
para ser um lugar especial, para pessoas capazes de mantê-la especial.

A noticia gerou imediata consternação, especialmente porque ninguém sabia quem lá estava,
e nem onde estavam os que lá não ficaram. O sistema foi questionado duramente, e uns diziam
que tudo aquilo era uma manipulação de poucos, interessados em resguardar a ilha só para eles. Então, foi divulgado que todos seriam aceitos, e todos ficaram aliviados

Mas, um dia, alguém começou a gritar e divulgar que havia uma enorme fila do lado de fora da ilha, que crescia, enquanto somente poucos permaneceriam lá dentro. A administração justificou que, como todos achavam que iam de qualquer maneira para a ilha, cada vez menos pessoas se preparavam para ela, e para resguardá-la, medidas foram necessárias.

A partir daí, a ilha virou uma questão de direito, e um levante geral, a beira de uma revolução, forçou a mudança nas regras da ilha. A partir de então, seria necessário abrir um processo, juntar provas, contratar advogados, esperar recursos, até se provar que alguém não seria capaz de viver ali.

Os movimentos sociais estavam satisfeitos, os direitos individuais resguardados.

E então, a ilha deixou de ser a ilha

REFLEXÃO:
O reino de Deus é um lugar desejado por todos, pois entendemos que lá a vida alcança sua
plenitude, e o sofrimento não tem lugar. Diz a bíblia que é onde a fera convive com o animal
doméstico, e as armas se tornam instrumentos de colheita, onde não há medo, nem
desconfiança, nem contenda, somente uma vida de paz.

Muitos discutem quem entrará no reino de Deus, e a  ideia atual é que todos serão salvos, pois Deus é misericordioso. Mesmo Jesus afirmando que a porta é estreita, e recomendando, “vigiai e orai”, compreendemos que ninguém pode nos tirar o direito ao reino. Porém só quem pode nos condenar, é Deus, que não condena, mas pratica a justiça, ou seja, quem nos condena somos nós mesmos que não
estamos prontos para a casa de Deus.

Como pode Deus permitir que alguém vá fazer parte de sua comunidade sem estar pronto
para PERMANECER nela?. A palavra diz: “Muitos serão chamados, mas poucos os escolhidos”.
A idéia de paraíso não tem uma definição clara. Mas nem precisa ser mais que o mundo que
conhecemos, sem as suas mazelas, onde todos podem viver como na ilha, da história.

Permanece lá quem contribui para que o reino de Deus continue a ser um paraíso. Caso
contrário, assim como a ilha foi consumida pela corrupção e perdeu seu sentido, o reino de
Deus perderia também.

E nós, se fossemos chamados hoje, estaríamos prontos??