sábado, 1 de novembro de 2014

AS COISAS SIMPLES



AS COISAS SIMPLES E A HUMILDADE

Certas experiências nos chamam a atenção, mesmo sem nada especial. Quando conseguimos desfrutar de um momento leve e prazeroso e isso nos faz sentir a beleza desta vida, notamos que na maioria das vezes vem de algo simples. E, é muito interessante observar que tais experiências estão disponíveis a quase todas as pessoas! Não é a toa que encontramos pessoas em todas as classes, sofrendo, ou irradiando felicidade. A simplicidade é mesmo linda, e valorizá-la é uma descoberta.

Para enxergar este lado da vida, é necessário humildade, um ingrediente básico, que deveria ser almejado por todos, pois é o caminho para sentir a presença de Deus

A humildade independe de condição financeira ou social, ou do ambiente em que se vive, mas do nosso interior, do modo que compreendemos este ambiente, do que valorizamos e até que ponto valorizamos. Quem não gosta de coisas boas? Quem não se admira com tantas maravilhas o próprio homem construiu? Isso não diminui o homem, nem sua humildade. Mas perder-se diante disto, sim.

Todos nós temos orgulho e vaidade, em escalas diferentes, mas temos. A humildade nos faz capazes de controlar estes impulsos. O orgulho e a vaidade são propulsores e ao mesmo tempo sabotadores de nossas vidas. Controlá-los nos faz cristãos, a humildade nos faz cristãos, e nos permite enxergar não somente a nós mesmos, mas o outro.

Quando ascendemos socialmente, temos a oportunidade do acesso a experiências cada vez mais exclusivas, e somos seduzidos a nos tornar exclusivos, e isto nos envolve em uma armadilha de se isolar, entender-se diferente dos demais, buscando outros semelhantes, que cada vez são em menor número, na medida que evoluímos. Isto nos cega. Evitar esse caminho, é a atitude de um homem ou mulher prudentes.

Ser humildes não nos faz melhor que ninguém, mas nos faz melhor com nós mesmos!

Está nas coisas simples, nos relacionamentos verdadeiros, no arriscar-se amar e ser amado, nos pequenos prazeres, o alimento de nossa felicidade. Está na fé, no relacionamento com Deus, arriscando-se a entregar-se ao seu amor, a plenitude que dá sentido a todo o resto, e ambas as coisas estão a disposição de todos nós, basta querer, perseverar, desfrutar, e sorrir.

 

sábado, 12 de julho de 2014

PELOS FRUTOS SE CONHECE A VERDADE



Viajo bastante, e de fato, adoro. Seja a trabalho ou a lazer, estar viajando me permite aprender, o que nos faz crescer. Tive a oportunidade de conhecer a Ásia, e algo que sempre me chama muita atenção no contato com diferentes culturas, sejam elas asiáticas, árabes, europeias ou americanas, é o poder da fé. Tirei uma foto dentro de um taxi na Tailândia, onde o chofer pregava orações e desenhos relacionados a sua fé no teto do carro. Em Dubai, presenciei a força do Ramadã, o mês sagrado, onde eles se alimentam ao amanhecer, e voltam a se alimentar ao anoitecer, durante semanas, no que envolve toda a família, se reunindo ao fim do dia para orar e comer juntos. Achei isto muito bonito. Ainda, presenciei rituais de oração budistas de uma extrema demonstração de profundidade, na China, que nos fazem compreender a importância que a fé desenvolve nas mais diferentes culturas. Nenhuma destas experiências eram cristãs. No entanto, eu sou cristão, e reconheço na pregação de Cristo o caminho da minha felicidade e esperança. Cristo me conquista a cada dia com sua palavra de extrema coerência, onde aprendo a respeitar estes irmãos e sua fé. Um homem é conhecido pelos frutos que produz, já dizia o mestre. Sua fé deve lhe conduzir a produzir os verdadeiros frutos que agradam a Deus. Há poucos dias recebi, em Londres, um folhetim que falava de Deus na perspectiva de uma corrente cristã ligada a tradição judaica. Não identifiquei claramente qual. Muitas alegações da publicação questionavam conceitos básicos nossos, como céu, vida após a morte, batizado, ou a intenção de Jesus quando na cruz disse a um dos ladrões que com ele foram crucificados: “Ainda hoje estarás comigo no Paraíso”. Lá citava trechos da Biblia, especialmente do Eclesiastico, para justificar sua versão do que é certo, e falava como se a Biblia deixasse claro que estamos errados. Do mesmo modo, entre nós cristãos brasileiros, vemos a interpretação da palavra de Deus motivar debates onde um se esforça para demonstrar o erro do outro. São muitos sábios tratando do mesmo tema, porém com conclusões diferentes. Afinal, quem está certo?.

A palavra de Deus é uma só.

O evangelho diz que não adianta saber a palavra nos detalhes, praticar a oração, frequentar a igreja, se isso não o conduz a praticar a palavra de Deus na sua vida, e que esta prática o permita gerar frutos no meio onde você vive, nas pessoas que convivem contigo, que precisam de sua iniciativa, do seu exemplo, da sua presença como instrumento de Deus. Não adianta dizer ao outro que a fé dele é falha, quando a vida desta pessoa demonstra muito mais compaixão que a nossa. Está nos frutos, o fim da nossa fé.

Conhecer a palavra, ajoelhar diante de Deus e orar, sair de casa para ir a um culto, ou a uma missa, nada mais são que insumos para nos prover de meios. A água que rega, o adubo que nos fortalece a intenção de sermos realizadores da vontade de Deus, onde vive a justiça verdadeira. A justiça do justo, que não busca vingança, não julga, ou quando julga, é cheio de misericórdia. A justiça que está no direito de ser digno e contribuir para a dignidade do outro, a justiça de enxergar o valor por trás de cada pessoa e trata-la como alguém de valor, semeando o olhar de Deus.

Não há espaço para o Cristão desprezar o outro, diminuir o outro. Somos chamados a expressar boas mensagens, a contribuir na fraqueza do próximo, a acolhe-lo, e contribuir para a construção do seu reino, que é feito de pessoas com o seu preceito de amor

Quem possui a verdade? Vejamos os frutos que a fé de cada um produz. Aí está o reflexo da nossa relação com Deus. Sem discussões, sem relatividade, apenas na constatação do que esta relação produziu. Aí estará sua verdade, de verdade, totalmente nua.