Viajo bastante, e de fato, adoro.
Seja a trabalho ou a lazer, estar viajando me permite aprender, o que nos faz
crescer. Tive a oportunidade de conhecer a Ásia, e algo que sempre me chama
muita atenção no contato com diferentes culturas, sejam elas asiáticas, árabes,
europeias ou americanas, é o poder da fé. Tirei uma foto dentro de um taxi na Tailândia,
onde o chofer pregava orações e desenhos relacionados a sua fé no teto do
carro. Em Dubai, presenciei a força do Ramadã, o mês sagrado, onde eles se
alimentam ao amanhecer, e voltam a se alimentar ao anoitecer, durante semanas, no
que envolve toda a família, se reunindo ao fim do dia para orar e comer juntos.
Achei isto muito bonito. Ainda, presenciei rituais de oração budistas de uma
extrema demonstração de profundidade, na China, que nos fazem compreender a importância
que a fé desenvolve nas mais diferentes culturas. Nenhuma destas experiências
eram cristãs. No entanto, eu sou cristão, e reconheço na pregação de Cristo o
caminho da minha felicidade e esperança. Cristo me conquista a cada dia com sua
palavra de extrema coerência, onde aprendo a respeitar estes irmãos e sua fé.
Um homem é conhecido pelos frutos que produz, já dizia o mestre. Sua fé deve
lhe conduzir a produzir os verdadeiros frutos que agradam a Deus. Há poucos dias
recebi, em Londres, um folhetim que falava de Deus na perspectiva de uma
corrente cristã ligada a tradição judaica. Não identifiquei claramente qual. Muitas
alegações da publicação questionavam conceitos básicos nossos, como céu, vida
após a morte, batizado, ou a intenção de Jesus quando na cruz disse a um dos
ladrões que com ele foram crucificados: “Ainda hoje estarás comigo no Paraíso”.
Lá citava trechos da Biblia, especialmente do Eclesiastico, para justificar sua
versão do que é certo, e falava como se a Biblia deixasse claro que estamos
errados. Do mesmo modo, entre nós cristãos brasileiros, vemos a interpretação
da palavra de Deus motivar debates onde um se esforça para demonstrar o erro do
outro. São muitos sábios tratando do mesmo tema, porém com conclusões
diferentes. Afinal, quem está certo?.
A palavra de Deus é uma só.
O evangelho diz que não adianta
saber a palavra nos detalhes, praticar a oração, frequentar a igreja, se isso
não o conduz a praticar a palavra de Deus na sua vida, e que esta prática o
permita gerar frutos no meio onde você vive, nas pessoas que convivem contigo,
que precisam de sua iniciativa, do seu exemplo, da sua presença como
instrumento de Deus. Não adianta dizer ao outro que a fé dele é falha, quando a
vida desta pessoa demonstra muito mais compaixão que a nossa. Está nos frutos,
o fim da nossa fé.
Conhecer a palavra, ajoelhar
diante de Deus e orar, sair de casa para ir a um culto, ou a uma missa, nada
mais são que insumos para nos prover de meios. A água que rega, o adubo que nos
fortalece a intenção de sermos realizadores da vontade de Deus, onde vive a
justiça verdadeira. A justiça do justo, que não busca vingança, não julga, ou
quando julga, é cheio de misericórdia. A justiça que está no direito de ser
digno e contribuir para a dignidade do outro, a justiça de enxergar o valor por
trás de cada pessoa e trata-la como alguém de valor, semeando o olhar de Deus.
Não há espaço para o Cristão
desprezar o outro, diminuir o outro. Somos chamados a expressar boas mensagens,
a contribuir na fraqueza do próximo, a acolhe-lo, e contribuir para a
construção do seu reino, que é feito de pessoas com o seu preceito de amor
Quem possui a verdade? Vejamos os
frutos que a fé de cada um produz. Aí está o reflexo da nossa relação com Deus.
Sem discussões, sem relatividade, apenas na constatação do que esta relação
produziu. Aí estará sua verdade, de verdade, totalmente nua.
Maravilhoso
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