sábado, 10 de setembro de 2011

CAIFÁS E JESUS - UM ENCONTRO

Há alguns dias, a revista Época publicou uma pequena nota, mas talvez de grande significado.  Ela dizia que a universidade hebraica de Israel comprovara a autenticidade de uma camara mortuária datada de aproximadamente 2000 anos, que fazia referencia ao sacerdote Caifás, o mesmo que foi peça central na condenação de Jesus.  A camara, uma espécie de caixa de pedra onde os judeus colocavam seus mortos, era de uma mulher, e nela dizia,”Miriam, filha de Yeshua, filho de Caifás, sacerdote de Maazias de Beth Imri”. Após estudada, a universidade chegou a conclusão que teria sido a camara mortuária da neta de Caifás.
 O primeiro ponto importante desta descoberta  seria  refutar as alegações de que não existem, além dos evangelhos, documentos históricos que apontam a existencia de Jesus. Aos poucos, os personagens das escrituras vão sendo evidenciados em descobertas como esta, montando o quebra cabeças do Jesus histórico, que alguns insistem em defender, tratar-se de uma lenda.
O segundo ponto, apesar de eu não ser ligado a sensacionalismos, me chama a atenção. Um dia Caifás se deparou com um grande desafio, segundo as escrituras. Um homem mistico, que mexia com as multidões,( e representava um grande perigo para as autoridades, pois qualquer levante poderia ser reprimido pelas forças romanas), chegara em Jerusalém. E a cidade estava em festa, lotada, quando o homem chegou sendo aclamado por seus seguidores, e acompanhado do boato cada vez mais forte de ser o novo messias, aquele que traria o resgate da glória de Israel. O povo ansiava por isto, (e as vezes aparecia alguém se dizendo o tal, mas sem grande força).
E chegara a noticia que ele entrara no templo, simbolo maior do povo judeu, e expulsara os vendedores, derrubara suas barracas, provocara uma confusão dizendo ser a casa de seu pai. Caifás fora avisado dos tumultos.
Ora, o templo era seu território, e ele acreditava, uma vez que era o líder dos sacerdotes, (os administradores do templo e elite politica da época). Eram eles que mantinham uma ponte na relação com os romanos, os invasores, que por sorte haviam permitido, ao contrário dos outros que vieram antes, o livre culto em seu Deus, o Deus de Israel.
Para que perdessem este direito, não precisava muito, bastava um novo levante, algo que os romanos não aceitariam jamais, como aquele que acontecera duas decadas antes, liderado por um homem chamado Judas, e que acabou com milhares de judeus condenados a cruz, coalhando as estradas de homens pendurados até a morte.
 Há alguns dias já haviam lhe procurado também, dizendo do assombro de alguns, que afirmavam te-lo visto mandar um morto tornar a ficar de pé, na cidade de Betania, e até os fariseus estavam confusos.
Aquilo já estava saindo do controle. E naquele momento julgou. “vos convém que morra um só homem pelo povo, que pereça toda uma nação”(Jo 11,50). Desde aquele dia resolveram matá-lo, e era chegada a hora. Se vacilassem, julgavam, seria tarde demais.
 O plano foi armado, e deu certo, e o tal Jesus agora encontrava-se em sua frente, amarrado pelas mãos.
Ele perguntou: “És tú o Cristo, o filho do Deus bendito”?. E ele respondeu, “Eu sou, e vereis o filho do homem assentado a direita do Todo-poderoso e vindo com as nuvens do céu”.
 Aquilo deixou Caifás transtornado, uma blasfemia na boca de um homem audacioso, julgou, uma agressão imperdoável, e rasgou as suas roupas. Alí Jesus estava definitivamente condenado.
Naquele momento,certamente,  nem parou para pensar no que também poderia significar aquela declaração. Era bom demais para ser verdade.  
E Jesus foi crucificado, como um homem comum, sem resistencia, apesar de que alguns no intimo temiam que alguma coisa poderia acontecer. Mas não aconteceu. A ação foi rápida e tranquila.
As escrituras dizem que, após a morte de Jesus, a terra tremeu, e a cortina do santuário rasgou-se pelo meio, e aconteceram ainda outros sinais. Caifás era o único que tinha acesso a todos os ambientes do templo, até do santo dos santos, e um dos poucos, ou talvez o único, a poder presenciar este acontecimento incrível.
Se aquilo de fato aconteceu, o que teria passado pela cabeça de Caifás?
Posteriormente, ele também foi informado do desaparecimento do corpo de Jesus, e finalmente, da noticia de que alguns afirmavam que teria ressucitado, algo, no minimo, constrangedor para ele.
Lógico que sua reação a estas noticias devem ter sido no sentido de despersonificá-las, mas será que ele também não teria, em algum momentodo se auto questionar, e questionado o que aquele homem ousadamente afirmara em sua presença?
Vale a pena voltar então, a inscrição da camara mortuária encontrada e certificada como da neta de Caifás,só que  lendo agora na ordem contrária. Lá está escrito, como disse, Caifás, sacerdote de Maazias de beth imri, pai de Yeshua (Jesus, em hebraico), pai de Miriam (Maria, em hebraico).
Descobrimos então após 2000 anos, que Caifás teve um filho, e colocou nele o nome de Jesus, que por sua vez chamou a filha, neta de Caifás, de Maria, (que por sua vez é o nome da mãe de Jesus).
Estes eram nomes comuns na região daquela época, mas ao mesmo tempo nem tão comuns nas escrituras judaicas.
Será coincidencia, ou teria alguma relação com os reflexos daquele encontro fatidico?.
Teria sido Caifás, silenciosamente, um dos primeiros seguidores de Jesus?
São apenas suposições. É muito dificil responder, mas é algo no minimo curioso, não acham? ****

Nenhum comentário:

Postar um comentário