sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Liberdade religiosa?

Fala-se muito em liberdade religiosa nos dias de hoje. Mas, todas as vezes que alguém, especialmente um cristão, expressa publicamente a sua fé, uma polemica é gerada, sob a alegação de que a atitude fere o direito das pessoas de outras correntes de fé.
Existem ainda ações, contestações judiciais, que visam excluir o ensino religioso nas escolas, mesmo o facultativo, seja de conotação católica ou evangélica, e muitos outros questionamentos, pois o estado é laico, independente de conotação religiosa.

As vozes se multiplicam, apoiadas pela midia, que acredita estar defendendo o direito dos excluídos.
Mas o que é então a liberdade religiosa?. Ser obrigado a esconder a fé para não “agredir” alguém seria um exemplo de defesa da liberdade religiosa, ou seria, na verdade, cercear a religiosidade?.
Não seria liberdade poder expressar livremente sua religião e ninguém se sentir agredido ou constrangido,  pelo simples fato de que cada um tem direito a expressar a sua fé, seja este cristão, ou não?.

Peço desculpas por tratar aqui de um tema não conceitual
O fato, é que as mesmas vozes defendem a liberdade de opção sexual, algo amplamente discutido nos tempos de hoje. Mas neste caso, adotam como liberdade sexual  o direito de expressar livremente a sua sexualidade, tendo os outros o dever de respeitar a posição adotada, mesmo que muitos não concordem, ou sintam-se incomodados com determinadas atitudes desta liberdade.
Porque o conceito de liberdade nos dois casos são tratados de maneira diferente?. Ou seja, de um lado (opção sexual), defende-se o direito a expressão, e de outro (liberdade religiosa), se combate esta mesma expressão?
A sensação é de privilegiar o direito de uns, em detrimento dos outros, o que é, no minimo, equivocado. Entende-se que a minoria é constrangida pela maioria, pelo simples fato de serem maioria.

E a palavra liberdade muda em função da ótica da minoria que se acha afetada. (E que se mobiliza)
Vivemos em uma democracia, que busca o bem de todos, mas, como toda democracia, expressa o pensamento da maioria. No entanto, as vezes, as minorias são muito mais organizadas em defesa de seus direitos que a chamada maioria. Enquanto isto, nós cristãos muitas vezes nos preocupamos com nossas diferenças, ao invés de nos unirmos em defesa da cultura cristã.

A manifestação cristã no Brasil excede a religião, pois se confunde com a cultura do brasileiro. O Brasil nasceu e cresceu sob a cultura cristã, e faz parte da identidade do brasileiro em sua maioria. Na essencia da mensagem de Jesus está o respeito ao próximo. Ele nos ensina a amar até ao inimigo, quanto mais o diferente. Como cristãos podemos discordar e criticar o homossexualismo, por exemplo, mas jamais discriminar, agredir. Cristo nos ensina a amar. É esta ideologia que conduziu até hoje, as minimas tensões religiosas que vivemos, comparadas as de outros países.

Este não é um espaço para questões politicas, mas postei este comentário devido a uma preocupação com a perda da identidade de nosso povo. Defende-se por exemplo o respeito a religião dos povos indigenas como um direito de identidade própria, mas se combate a religião cristã, em sua manifestação, por ser da maioria e constranger a minoria, esquecendo que a ideologia cristã faz parte de nossa identidade, independente do estado ser laico, ou não.

Ser laico não deve ser o mesmo que ateu, e o que estou questionando é a personalidade de nossa formação cultural, que está entranhada das ideologias dos povos que nos formaram, multiplas, porém que prevaleceu a cristã. Porque agora devemos esquecer isto em face do governo ser laico?.

Extrair direitos da maioria, especialmente em um campo delicado como o da religiosidade, serve apenas para gerar uma tensão extra desnecessária, fruto do sentimento de perda que a população cristã no Brasil vem experimentando com as recentes decisões de nossos legisladores, culminando pelo risco de se transferir a responsabilidade destas perdas para os futuros beneficiados, e aí sim, criarmos um antagonismo institucionalizado, controlado apenas por lei.
Liberdade religiosa é algo próximo do que se vive no Brasil, mas claro, pode ser aperfeiçoada, com educação, participação das próprias igrejas cristãs orientando seus fiéis a viverem a verdadeira palavra de Cristo, que por sí só visa promover a aceitação. Basta primeiro se entender o que quer dizer , de verdade, liberdade.
Bençãos para todos!

Um comentário:

  1. Newton, e ainda temos em nosso país um bando de políticos covardes, que votaram essa porcaria de lei que proíbe criticar o homossexualismo. Por princípio, não cumpro leis que me proíbam de criticar ou elogiar o que quer que seja. Nem as que me ordenem fazê-lo.

    Não creio que haja, entre os céus e a terra, nada que mereça imunidade a priori contra a possibilidade de críticas. Nem reis, nem papas, nem santos, nem sábios, nem profetas reivindicaram jamais um privilégio tão alto. Nem os faraós, nem Átila, o huno, ambicionaram tão importante prerrogativa. O próprio Deus, quando Jó lhe atirou as criticas mais medonhas, não tapou a boca do profeta Ouviu tudo pacientemente e depois respondeu. As únicas criaturas que tentaram vetar de antemão toda crítica possível foram Adolf Hitler, Josef Stálin e Mao-Tse-Tung. Só o que conseguiram com isso foi descer abaixo da animalidade, igualar-se a demônios, tornar-se alvos da repulsa universal.

    Nada é incriticável!!!

    E ainda dizem que não há nada de errado com o homoxessualismo. Quem está de boa intenção recebe críticas sem medo, porque sabe que é capaz de respondê-las no campo da razão, talvez até de humilhar o adversário com a prova da sua ignorância e má-fé. Só quem sabe que está errado precisa se proteger dos críticos com uma armadura jurídica que aliás o desmascara mais do que nenhum deles jamais poderia fazê-lo. Só quem não tem o que responder pode pedir socorro ao aparato repressivo do Estado para fugir da discussão. E quanto mais se esconde, mais põe sua fraqueza à mostra.

    As pessoas podem ter acusado os homossexuais de fingidos, de ridículos, de tarados, de pecadores. Ninguém jamais os qualificou de tiranos, de nazistas, de inimigos da liberdade. Depois eles não podem reclamar quando aqueles a quem essa lei estúpida jura proteger se tornarem objeto de temor e ódio gerais, como acontece a todos os que tomam de seus desafetos o direito à palavra.

    O que o homoxessual precisa é de amor, perdão e oportunidades para se arrepender, mas, o que estão oferecendo a eles é a possibilidade de se esconder ou até mesmo de fugir.

    PARABÉNS NEWTON, PELO TEXTO!

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