segunda-feira, 2 de abril de 2012

Senhor, porque tu me abandonastes!

Uma das passagens mais emblemáticas do novo testamento, e que confunde algumas pessoas, é o momento que Jesus, após quase seis horas dependurado na cruz, dá um forte grito e exclama:
“Senhor, porque me abandonaste?”
Já ouvi algumas interpretações que procuram explicar este momento, repleto de dor, e com uma dose de desespero, algo que não se esperaria de Jesus. Uma linha, por exemplo, entende que naquele momento, tendo colhido todos os pecados do mundo para si, o Espirito Santo, que não habita em pecado, O teria deixado, e Ele, surpreso, em sua humanidade, reclamado. “E agora?”
A morte de Jesus na cruz, sem dúvida, fazia parte fundamental de Sua missão. Era algo que Ele desejava, era, como Ele mesmo dizia, o momento em que seria glorificado. Mas um dia antes, no Getsemani, lá estava Jesus, angustiado, vertendo lágrimas de sangue, prenunciando os sentimentos controversos que viveria em sua paixão, ao ser violentado por aqueles que Ele tanto amava, nós homens. É uma dor duplicada, a dor na carne, o sofrimento físico, que todos sabem, foi tamanho, mas também a dor no coração, diante da ignorância humana.
Jesus sabia, que seriam horas intensas, mas que enfim, Seu pai viria em seu socorro.
Quando Jesus gritou, alguns disseram: “Vejam, ele está chamando Elias!”, e em seguida, “Vamos ver se Elias vem tirá-lo da cruz”. O manifesto de Jesus carecia de uma resposta de Deus, e se, de alguma forma, Ele fosse se manifestar, seria naquele momento.  O grito de Jesus, seria, de fato, um pedido de socorro. Sua missão estava completa, e não havia mais motivo para que o seu sofrimento fosse prolongado.
O que vem a acontecer nos revela algo que ignoramos, e que as vezes passa desapercebido na leitura, mas que é maravilhoso. Deus vem mesmo salvá-lo!.
A crucificação era uma modalidade de morte associada a tortura. Uma morte lenta, onde não se morre pelos ferimentos, mas sufocado. Alguns cruz fixados poderiam passar dias pendurados, tentando apoiar-se de alguma maneira para respirar, pois a posição apertava o peito, e ao perder as forças, a pressão no tórax aumentava, até por fim, vencer a vitima. Jesus lá estava a seis horas, e logo depois de gritar, expirou, falecendo.
O versículo seguinte nos revela o mistério, dizendo: “Quando o oficial do exercito, que estava bem a frente dele, viu como Jesus havia expirado, disse: Na verdade, este homem era Filho de Deus”.  Olha que interessante!. O oficial fica espantado com aquilo. De fato, não se morre assim crucificado, repentinamente. O próprio Pilatos admirou-se com a noticia da morte breve de Jesus. Os ladrões precisaram ter suas pernas quebradas, para não terem onde se apoiar, e morrerem logo, pois não poderiam estar lá durante a páscoa. A morte de Jesus é uma resposta de Deus!. O Pai O salva pela morte!.
Essa revelação faz toda a diferença. Muitas vezes pedimos, em momentos de extrema dificuldade, para nós ou para queridos, a intervenção de Deus, mas não consideramos que a morte é uma dádiva de Deus, é uma maneira de sermos salvos do nosso sofrimento, como tento tratar no livro, “O vendedor de almas”.  Sem a morte, seriamos escravos da tortura da doença, ou da violência, da dor. A morte nos dá medo. Mas se a grande promessa deixada por Jesus, a grande porta aberta pelo Senhor, a grande ponte construída com o sacrifício de Cristo é exatamente a glória que Jesus sabia, seria manifestada, da vitória sobre a antiga morte, o triunfo da ressurreição!. Para que temer?. Jesus nos oferece a grande esperança fundamentada na NOVA VIDA!. A partir daquele momento, a morte deixa de ser morte para se transformar em vida, para todos aqueles que atravessam a ponte que é Cristo, e que nos conduz a Deus.
Confiando nas promessas de Cristo, que nos afirma, “Felizes os que choram, porque serão consolados~, “Felizes os que tem fome e sede de justiça, porque serão saciados”, sabemos que, independente da vida que tivemos na terra, sofredores , violentados ou injustiçados, todos seremos justificados. As forças terrenas não prevalecem, assim como não prevaleceram ao tentar calar Jesus com sua condenação. No fim, estamos somente nas mãos do Pai.
Bençãos para todos, é o que desejo. Se possível, comentem, e vejam também textos mais antigos.

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